Entorse do tornozelo na corrida

13-02-2021

Saiba como ela ocorre, quais são os sintomas, os diagnósticos e as formas de tratamento.

A entorse de tornozelo é uma lesão que pode causar a ruptura dos ligamentos que conectam os ossos conhecidos como tíbia, tálus, calcâneo e fíbula ao tornozelo.

Essa lesão é comum em atletas que praticam corrida, normalmente uma instabilidade da região. "Durante a corrida, podemos torcer o tornozelo numa passada mal feita ou ao pisarmos dentro de um buraco ou terreno irregular.

O ato de torcer o tornozelo significa realizar um movimento amplo e maior do que o permitido pela articulação, o que provoca lesões nas estruturas estabilizadoras, começando pela cápsula, e seguindo pelos ligamentos", disse o médico do desporto Cristiano Laurino, director médico da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT) e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Sintomas e diagnóstico

A ruptura dos ligamentos pode ser completa ou parcial, e isso traz dores, edema, hematoma, dificuldade ou paralisação na execução do movimento do tornozelo.

A gravidade da entorse irá depender do grau de distensão ou da quantidade de ligamentos que foram rompidos.

Na leve, ou de 1º grau, os ligamentos são distendidos, mas não chegam a sofrer ruptura total. Nesse caso, o corredor pode realizar qualquer atividade, mas com certo desconforto, já que o local fica pouco inchado. No entanto, esse tipo de entorse pode aumentar o risco de lesões de repetição.

Já na entorse moderada, de 2º grau, os ligamentos sofrem uma ruptura parcial. O inchaço e a equimose evidentes são comuns, e a caminhada, geralmente, é dolorosa e difícil.

Em uma entorse grave, de 3º grau, os ligamentos sofrem uma ruptura completa e, além do inchaço, há perda completa da função do tornozelo, o que o torna incapaz de sustentar o peso do corpo.

A história do paciente é importante na elaboração do diagnóstico clínico, pois só assim é possível saber o que ocorreu e, assim, adequar o tratamento. "O exame físico revela pontos de dor, graduação do inchaço (edema), mudança da cor da pele (hematoma).

Além disso, testes especiais poderão revelar sinais de instabilidade do tornozelo", disse Cristiano Laurino. "As radiografias simples em pelo menos duas posições informam sobre possíveis fraturas associadas ou deslocamentos de ossos do pé ou tornozelo, que muitas vezes não conseguimos identificar no primeiro exame do atleta.

Para completar, o exame de ressonância magnética é capaz de mostrar detalhes da lesão, identificar os ligamentos lesados e mostrar lesões adicionais, trazendo ao especialista maiores informações sobre a gravidade da entorse", completou Laurino.

O que pode provocar a entorse?

A falta de fortalecimento e alongamento da musculatura antes e após a corrida pode aumentar as chances de lesão. "Atletas que estão começando a correr devem desenvolver o fortalecimento muscular para evitar a entorse.

Como o pé e o tornozelo do corredor suportam o peso do corpo, é imprescindível usar ténis adequado e correr em solos regulares para ajudar na prevenção desse tipo de lesão", recomendou o ortopedista Marco Antônio Pedroni, especialista em medicina desportiva.

Tratamento

O tratamento vai variar de acordo com o grau da entorse. Em lesões de 1º grau, geralmente, são suficientes repouso, compressa de gelo no local de quatro a cinco vezes ao dia em torno de 15 minutos e fisioterapia. "Em rompimentos de 2º a 3º graus, além do repouso, pode ser recomendada imobilização da região e até intervenção cirúrgica", explicou Marco.

O retorno às actividades físicas pode demorar de 21 a 45 dias em casos sem intervenção cirúrgica, dependendo da entorse e do tratamento recomendado pelo especialista.

O atleta que não tratar adequadamente a lesão poderá desenvolver a lesões nos ligamentos por repetição, ou seja, a inflamação crônica e, como conseqüência, uma lesão permanente.

Fonte: www.o2porminuto.com.br - Por Fátima Martin