Fascine Plantar em corredores

03-04-2021

Para quem corre ou já correu, sabe que esta é uma actividade extremamente revigorante, viciante e trás excelentes benefícios à saúde e ao corpo.

Entretanto, a corrida necessita ser bem orientada para que se possa colher os bons frutos desta árvore.

Caso seja realizada sem os devidos cuidados, diversas lesões poderão ocorrer e, dentre as mais comuns, podem ser citadas: Metatarsalgia, fracturas por estress, tendinopatia do tibial posterior, síndrome compartimental, tendinite dos tendões do joelho, dor patelo-femoral, bursites, lesões no menisco, dores ciáticas e lombares, fascite plantar, entre outras.

O aumento dessas lesões relacionadas à corrida pode ser devido a factores como inadequação de calçados, falta de treino adequado, factores ambientais, excesso de peso, falta de alongamento e posturas erradas e repetitivas que podem predispor atletas aos traumas.

Hoje, iremos falar de uma das lesões citadas, bastante comum a "fascite plantar". A palavra fascite ou, do português de Portugal, fasceíte, vem de fáscia que é o tecido conjuntivo fibroso que recobre músculos, grupos musculares, nervos e vasos. A fáscia plantar, tecido conjuntivo fibroso denso, se prende do calcâneo até a base dos dedos dos pés.

O sintoma é a dor ao redor da base do calcâneo e no arco plantar, normalmente pela manhã, ao sair da cama, e durante actividades prolongadas em posição em pé. A dor é caracterizada por inflamação na fáscia plantar devido a microtraumatismos de repetição na tuberosidade medial do calcâneo.

Entretanto, se o tendão de Aquiles estiver muito tenso, haverá uma redistribuição ao longo da fáscia, já que este tendão se prente na base do calcâneo junto a fáscia plantar.

O tendão de Aquiles, possivelmente, poderá apresentar dor e inchaço. Quando isso ocorre próximo ao osso ele pode tentar compensar produzindo um osso novo, resultando em um esporão de calcâneo, que poderá provocar um quadro de fascite plantar.

Esse problema pode ser tratado de diferentes maneiras, como anti-inflamatórios, uso de palmilhas, bandagens funcionais, fisioterapia, ajuste da pisada e treinos, mas, antes, é necessário que se procure um médico para fazer o diagnóstico e as devidas recomendações. Pode não haver necessidade da interrupção dos treinos, mas o repouso, na maioria das vezes, é necessário para a plena recuperação.

O ideal, como sempre enfatizo, é a prevenção e, para isso, faça alongamentos, use calçados adequados para a boa absorção de impacto e treinos devidamente orientados pelos profissionais da área. Assim, é possível evitar este tipo de malefício e aproveitar melhor os benefícios da prática.

Recomendações

Alguns exercícios simples, realizados em casa mesmo, podem representar grande auxílio para o tratamento da fascite plantar:

1) Para reduzir a inflamação e aliviar a dor:

Congele água dentro de uma garrafa pet e role-a sob o arco plantar para frente e para trás durante 10 minutos;
Massageie a sola dos pés com uma bolinha do tamanho aproximado das bolas de ténis ou golfe, movimentando-a em todas as direcções.

2) Para alongar e fortalecer a fáscia plantar:

Sente-se no chão com as costas rectas, estique as pernas e puxe a pontas dos pés com uma toalha;
Sentado numa cadeira, recolha do chão bolinhas de gude ou rolhas de garrafa utilizando apenas os dedos dos pés.

3) Para alongar e fortalecer os músculos da gémeos:

Pise na borda de um degrau com as pontas dos pés alinhadas e vá descendo apenas os calcanhares para fora do degrau, o máximo que conseguir, sem forçar muito. Permaneça nessa posição por alguns segundos. Depois volte à posição inicial e relaxe a musculatura;

Sente-se numa cadeira com a planta dos pés apoiadas no chão e os joelhos flexionados em 90º. Nessa posição, erga o calcanhar o mais alto que puder e pressione com toda a força possível as pontas dos pés contra o chão. Mantenha a posição por alguns segundos e vá abaixando os calcanhares devagar.

Fonte: www.deboraflores.com.br