Melhor desempenho no ciclismo prolongado

28-01-2021

Estudo com triatletas mostra que o treino de força de membros inferiores melhora o desempenho da pedalada durante o ciclismo prolongado.

O ciclismo de longa duração é uma tarefa que acarreta alto desgaste para o atleta. Estudos têm sido realizados com o intuito de melhor compreender a mecânica da pedalada durante o ciclismo visando a elaboração de padrões e/ou estratégias de intervenções no treino de maneira que se obtenha um melhor desempenho e menor desgaste ao ciclista.

Nesse sentido, no estudo realizado por Hausswirth e Cols. (2009) foram comparados dois grupos de triatletas durante um teste de 2 horas de ciclismo, previamente submetidos a dois programas de treino distintos.

Um dos grupos realizou conjuntamente ao seu treino de endurance (natação, ciclismo e corrida) um treino de força para membros inferiores de alta intensidade (3-5 séries, 3-5 repetições máximas) durante cinco semanas, com frequência de três vezes por semana. O grupo controle manteve apenas seu treino de endurance com volume semelhante, sem realizar treino de força para membros inferiores.

O estudo demonstrou que os indivíduos do grupo treinado somente em endurance diminuíram sua cadência de pedalada durante todo período do teste de 2 horas de ciclismo, sendo que as variáveis metabólicas e musculares não melhoraram significativamente.

Já no grupo endurance + força houve diminuição para a variável metabólica frequência cardíaca na segunda hora do teste de ciclismo em comparação ao pré-treino, além da redução no fluxo ventilatório na primeira hora do teste após as 5 semanas de treino.

Além disso, os resultados demonstraram aumento da força máxima (aumento 1RM) nos triatletas deste grupo, além de activação do músculo reto femural reduzida durante o teste de ciclismo de 2 horas e uma estabilização da magnitude de activação do músculo vasto lateral entre os períodos 2 e 3 do teste. Este conjunto de factores contribuiu para melhoras na capacidade dos ciclistas em manterem sua cadência de pedalada preferida conforme observação de sua estabilidade na segunda hora do teste.

Os autores acreditam que os ganhos relacionados ao treino de força estiveram ligados a uma melhora na sincronização do recrutamento muscular. A activação reduzida e estabilizada dos músculos reto femoral e vasto lateral, respectivamente, sugere maior economia para a realização da tarefa em questão.

O principal achado do estudo diz respeito à estabilização da cadência de pedalada na segunda hora para sujeitos treinados, enquanto que sujeitos treinados somente em endurance reduziram sua cadência de pedalada durante o mesmo período.

Desta forma, o treino de força máxima paralelo ao treino regular de ciclismo parece resultar no incremento do desempenho após 5 semanas de treino. O ganho de força resulta em prevenção da redução da cadência preferida, comumente observada devido ao processo de fadiga decorrente do ciclismo prolongado.

Fonte: www.ativo.com

REFERÊNCIAS
C. Hausswirth, S. Argentin, F. Bieuzen, Y. Le Meur, A. Couturier, J. Brisswalter Endurance and strenght training training effects on physiological and muscular parameters during prolonged cycling. J Electromyogr Kinesiol. 2010 Apr;20(2):330-9.

Por GEPEC - Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciclismo